terça-feira, 19 de agosto de 2008

Problemas de saúde afastam professores da escola

Esta reportagem foi publicada em 07.08.2008, no Portal do Professor idealizado pelo Ministério da Educação, o texto expoem bem a realidade da saúde do professor brasileiro, aqui no Estado de Minas Gerais, vejo que a maioria dos casos de substituição são por motivo principalmente por stress e dor nas costas. Desconheço algum trabalho específico para a saúde do Docente, se alguém tiver um exemplo positivo, por favor me falem.


Estresse, dor nas costas, distúrbios vocais. Estes são os principais fatores que levam os professores a pedir afastamento da sala de aula

O trabalho tem um papel central na vida das pessoas, podendo contribuir tanto para a melhoria da qualidade de vida quanto para o desenvolvimento de doenças. Muitas categorias profissionais têm sido alvo de estudos para diversos pesquisadores, entre elas, encontram-se os professores, que desde a década de 80 vêm, de forma mais acentuada, apresentando sinais de adoecimento. As causas são, em sua maioria, as mesmas: distúrbios vocais, estresse, dor nas costas e esgotamento mental e físico.

Cerca de 22,6% dos professores pediram afastamento por licenças-médicas de acordo com a pesquisa Identidade Expropriada – Retrato do Educador Brasileiro realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em 2003. “Isso causa um desfalque no sistema e é um problema difícil de controlar”, explicou a secretária de Finanças do CNTE, Juçara Dutra. Ela ressaltou que cada licença-médica significa, em média, cerca de três meses fora da sala de aula.

Com 250 mil professores, o Estado de São Paulo tem a maior rede de ensino público do país e registra aproximadamente 30 mil faltas por dia. Só em 2006, foram quase 140 mil licenças médicas, com duração média de 33 dias. O custo anual para o governo estadual chega a R$ 235 milhões. O cenário é o mesmo em centros metropolitanos menores. Nas escolas públicas do Distrito Federal, por exemplo, quase metade (46%) dos professores precisa pedir licença médica durante o ano letivo.

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina, Osnyr Batista atribui o percentual excessivo de professores adoecidos à falta de reconhecimento da profissão. Em 2005, o especialista realizou uma radiografia da situação de trabalho dos professores catarinenses e descobriu que 15 mil professores, de um total de 40 mil, ficaram afastados por licença.

Segundo Batista, a primeira suspeita era de que isso seria decorrente dos baixos salários, mas, na verdade, ele descobriu que as principais causas de afastamentos são as condições inadequadas de trabalho. “Há uma cobrança muito grande da sociedade com relação aos professores, mas, ao mesmo tempo, eles não são valorizados como deveriam ser e quando percebem isso, adoecem”, explicou. (Renata Chamarelli)

Um comentário:

Educação Inclusiva Significativa disse...

Olá, sou professora da rede pública do Estado de São Paulo, desenvolvi uma pesquisa de mestrado intitulada: Identidade e trabalho docente:A situação do professor readaptado em escolas públicas do Estado de São Paulo. Professores que por algum motivo de doença tiveram que se afastar da sala de aula, continuam nas escolas, sem uma proposta digna de integração e reabilitação, acabam sendo rotulados de "acomodados e doentes". O objetivo da pesquisa foi identificar o perfil desses professores. Maiores informações, maria.pezzuol@gmail.com